DJs de rock: os curadores musicais contemporâneos

Referências e repertório

Assim como os músicos, os DJs também têm seus heróis e referências no meio – estações de rádio foram base pra muita gente, assim como a primeira fase da MTV no Brasil. “Era fã incondicional da Brasil 2000 dos anos 90/00 e fui em muitas festas do programa Garagem”, conta Raphael Fernandes. “Gostava muito de esperar aquele momento para gravar as músicas em fitas K7, mas o momento mais especial foi quando consegui pedir uma música ao vivo pelo telefone. Nunca vou esquecer que foi São Paulo do 365, numa rádio pirata chamada Expresso FM, que era a primeira do dial.” João Paulo Ramos conta que, antigamente, haviam poucas (mas excelentes) formas de conhecer as músicas que, mais tarde, agitariam as festas: “A gente conhecia as bandas de três formas: rádios, revistas especializadas ou amigos e conhecidos. Ah, existe (até hoje) uma ótima maneira de conhecer músicas… conversar com donos de lojas de discos e sebos!”

Mário Mamede também tem relação muito próxima com os discos de vinil, mas sem abrir mão da tecnologia de hoje: “Meus pais sempre gostavam muito de rock e jazz, cresci mergulhado em pilhas de discos e aprendi a dormir com o som alto tocando de tudo. Depois com a internet virei rato de MP3”, conta o DJ que teve acesso a muito material que fez história no meio. “Cheguei a pegar o Mauricio Valladares do programa Ronca Ronca e tive o prazer de ouvir umas fitas regravadas do programa do Big Boy que tocava na Rádio Mundial, mas não é a minha época. Conhecia muita música com os DJs nas noites underground do Rio de Janeiro no começo dos anos 90. Amigos emprestavam discos, gravei muita fitinha da extinta Rádio Fluminense, especificamente do programa Hard Rock que começava meia-noite.”