Ouça isso: Valhalla Lights

Pra quem parou no tempo e pensa que a Austrália só nos dá AC/DC e surf music do tipo Midnight Oil e Spy vs. Spy, pense de novo: recentemente fui surpreendido com o stoner cheio de riffs do Valhalla Lights! A banda lançou o excelente My Gracious Highway no comecinho de 2017, agradando geral com uma mistura bem dosada de lirismo na voz e guitarras pesadas.

Com influências diversas na bagagem (de Foo Fighters e Queens of Stone Age a Joan Jett e PJ Harvey), o Valhalla é iluminado por Ange Saul (voz), George Christie (guitarra), Brent Crysell (baixo) e Deon Driver (bateria). Não pense, no entanto, que essa é a primeira investida musical dos quatro: George, Brent e Deon tocaram juntos por 16 anos no Fort, importante banda stoner australiana que já fez turnês e shows com vários nomes como Clutch, COG, Kyuss Lives, Fu Manchu, Helmet, Monster Magnet, Black Keys e outros. Já Ange veio da Black Lullaby.

O Valhalla Lights já começou sua história de forma trágica: a banda foi formada em 2015 com outra vocalista, a talentosa Phoebe Black, que suicidou-se pouco antes do início das gravações do primeiro álbum, Krypton. Enquanto os três músicos procuravam por outra cantora (processo que os levou a Ange), eles continuaram produzindo o disco utilizando gravações das vozes de Phoebe registradas em ensaios da fase de pré-produção. Um verdadeiro trabalho de “engenharia reversa” foi feito para gravar os instrumentos depois da voz, e não o contrário, como normalmente é feito. O resultado ficou incrível:

Depois de um começo conturbado de história como esse e, ainda assim, lançando dois discos como esses que eles já colocaram nos streamings pra ouvirmos, taí uma banda que conquistou a atenção e a consideração de acompanhar o que mais eles têm a nos oferecer no futuro. Eu já estou com meu radar voltado para eles – e você?