Three Days Grace – Human

“Nossa! Essa banda, o Three Days Grace, ainda existe?” É isso que eu ouço de metade das pessoas quando comento que eles lançaram um álbum novo, Human – a outra metade sequer sabe o nome deles e mal se lembra do único hit que emplacaram no Brasil, I Hate Everything About You, lá no começo dos anos 2000.

Não que a banda pareça relevante na história do rock, mas este quinto trabalho deles é ligeiramente melhor que os outros: a fórmula de rock com levada bem pesada e um pouco lenta e vocais gritados, que marcaram presença na virada dos anos 90 para 2000, continua dominante, mas há um pouco mais de criatividade nesta fórmula em Human – é como se a banda estivesse encontrando a sua identidade musical (e talvez seja isso mesmo).

capaQuem é realmente fã do grupo e continuou acompanhando seu trabalho após o álbum autointitulado de 2003 vai dizer que esta evolução se deve por conta do novo vocalista, Matt Walst, que faz sua estreia em Human, substituindo o cantor original, Adam Gontier, que deixou a banda em 2013 para seguir carreira solo. Como grande novidade, a entrada de Adam foi positiva, pois, mantendo o estilo de vocal emotivo/ desesperado que as composições do grupo pedem, ele interpreta melhor as letras e seu tom menos grave faz com que o Three Days Grace saia daquele padrão de bandas com vozes “encorpadas”, como a de Eddie Vedder (Pearl Jam) ou Scott Stapp (Creed) que se tornou quase padrão na segunda metade dos anos 90.

bandaAntes do lançamento de Human, a banda trabalhou, durante o ano de 2014, na divulgação de três singles que tocaram nas rádios americanas: Painkiller, I Am Machine (esses dois tornaram-se 1º lugar na Billboard Mainstream Rock chart poucos meses após seu lançamento) e Human Race. Toda essa “preparação” para apresentar o novo frontman e causar expectativa resultou na colocação do álbum na 16ª posição da Billboard 200 – um feito que parece inusitado para os brasileiros que não acompanham as paradas internacionais de rock por considerarem o Three Days Grace uma “one hit band”, mas trata-se de uma conquista bem comum para eles.

Human ainda não é aquele título indispensável para a sua prateleira, mas esta positiva “mudança de ares” causada pela troca de vocalista talvez conquiste novos fãs interessados em acompanhar seus passos de agora em diante.

 

Three Days Grace
Human
Gravadora/ selo: RCA
Nota: 6

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *