DJs de rock: os curadores musicais contemporâneos

De longa data

Mário Mamede está completando 20 anos de carreira de DJ de rock tendo discotecado em inúmeros lugares do Brasil e do mundo – muita gente no Rock in Rio, Circo Voador, Fundição Progresso, VIVO Rio e Credicard Hall (só pra citar alguns dos muitos endereços) já pularam ao som selecionado por ele. “Desde moleque verde e revoltado que fazia a seleção nas festas de amigos”, conta. “Me chamam sempre pra tocar rock e seus derivados, mas quando sou contratado para festas de empresas ou casamentos toco de tudo. Tem festas mais focadas em segmentos específicos como metal, punk, goth, rockabilly, indie, classic… Qualquer gênero de rock me amarro muito.”

O carioca Alexandre Paulino, conhecido como DJ Lelê, também já está na estrada há bastante tempo: “diria que há pelo menos uns 10 anos… mas, informalmente, desde os 15 anos que ficava na ‘função’ do som.” Assim como Mamede, Lelê foi conquistado por esse mundo através dos radialistas que traziam, em primeira mão, as novidades musicais durante a era pré-Internet. “Como muitos, tive uma influência significativa da Rádio Fluminense (A Maldita). Simplesmente ouvia de tudo, acompanhava os programas etc… Lembro também de alguns programas de TV e logicamente, também da MTV, quando ainda era um canal de clipes.”

Mário Mamede e DJ Lelê: experiência em agitar as noites com muito rock
Mário Mamede e DJ Lelê: experiência em agitar as noites com muito rock

João Pedro Ramos começou sua trajetória em 2011, na famosa festa Tiger Robocop 90, que agitou os paulistas com som de bandas dos anos 90, mas conta que os sons a marcarem presença nas caixas de som variam muito em função da festa que se está tocando. “Normalmente eu tento passear pelos diversos estilos do rock, mas hoje em dia o dito indie pós-2000 é sucesso nas baladas mais populares. Quando tenho a possibilidade, prefiro ir para o britpop, punk, rock alternativo e um pouco de rock nacional.” No dia 11 de março, João comandará a pista de dança da segunda festa Crush in Hi-Fi, que contará com a participação especial Raphael Fernandes nas carrapetas. “Tudo começou com uma festa da MAD lá pelo ano de 2008”, conta Raphael, que atua também como editor da revista MAD e da editora Draco. “Costumo tocar as raízes do rock, ou seja, surf music, garage rock e soul, mas nada me impede de tocar de tudo. Gosto bastante de fazer uns especiais só com mulheres no vocal que vai do começo até os dias de hoje. Gosto bastante do que acontece na pista quando se toca alguma coisa tipo Surfin Bird, do The Trashmen.”

crush
A festa Crush in Hi-FI conta com João Pedro Ramos e Raphael Fernandes no som!

Agitando os bares, clubes noturnos e diversos shows, o DJ Kleber Tuma de Oliveira também se mantém eclético dentro do rock. “Toco faz 11 anos. Eu tenho festas de quase todos os estilos de rock. De indie até metal. Só não curto progressivo (até porque tocar uma música de 20 minutos numa boate é meio complicado).”