Cara, o estado de Kentucky deve ser violento e extremamente divertido se tivermos como referência o novo álbum do Black Stone Cherry, que leva o nome de sua terra natal. A banda sempre teve suas raízes no Southern Rock, flertando com distorções pesadas em seus trabalhos anteriores, mas, desta vez, Chris Robertson (voz e guitarra), Ben Wells (guitarra), Jon Lawhon (baixo) e John Fred Young (bateria) “encheram a mão”.
Dez anos após o lançamento de seu primeiro álbum, dando o pontapé inicial para um sucesso crescente, os rapazes de Edmonton (pequena cidade do condado de Metcalfe, no Kentucky) voltaram ao mesmo estúdio onde iniciaram tudo e ver que tipo de energia fluiria no local.
A energia foi selvagem: os caras chegaram com “sangue nos olhos”, tanto na hora de compor as músicas, as melodias e os arranjos quanto na hora de gravar. Você percebe isso em momentos como no riff de In Our Dreams, na levada de Soul Machine ou no pedal fuzz da guitarra de Hangman.
Mas nem com esse peso todo o Black Stone Cherry abandona as suas raízes sulistas, principalmente agora que estão gravando “em casa”. As baladas The Rambler, Long Ride e Born to Die (essa, um pouco mais pesada) tem todo aquele clima de torta de maçã e bandeira americana hasteada, mas elas não constratam (tanto) com outras faixas como Rescue Me e seu firr de heavy metal, Darkest Secret ou Cheaper To Drink Alone, essa mais parecida com seus trabalhos anteriores.
Destaque especial para a inusitada cover de War – sim, aquele funk mesmo de Edwin Starr que fez o mundo dançar em 1970 (War, huh yeah / What is it good for? / Absolutely nothing), agora com a pegada rock sulista pesada dos rapazes de Edmonton. A coisa vai esquentando ao longo da música que, ao final, você está declarando guerra contra quem estiver à sua frente!
Em suma, visitar a casa e rever suas origens fez muito bem para o Black Stone Cherry, tornando Kentucky um dos álbuns mais divertidos do ano e uma joia na discografia da banda.
Black Stone Cherry
Kentucky
Gravadora/ selo: Mascot Music
Nota: 7,5