A louca e dolorida infância do rock

O Dia das Crianças está, normalmente, associado a alegria, diversão e inocência… Mas os compositores de rock em geral e sons mais pesados em especial não têm lembranças tão boas assim de suas infâncias – e as que têm não são tão convencionais. Separei algumas das muitas faixas de diversos grupos inspirados no passado longínquo de um ou mais de seus integrantes que você pode nem saber da história por trás dessas letras…

Bruce Springsteen
Growin’ Up

Desde criança, quando vivia em New Jersey, tudo que Bruce Springsteen queria fazer era música – por causa disso (e de sua rebeldia) ele nunca se deu muito bem nas escolas que entrava e vivia brigando com seu pai, que queria que ele tivesse um “emprego decente”. Seu primeiro disco traz essa música, que conta justamente esta fase de sua vida – curiosamente, foi esta canção que convenceu a Columbia Records a assinar um contrato com ele e lança-lo no estrelato.

 

R.E.M.
Nightswimming

Essa letra fala de uma passagem específica da infância dos integrantes da banda, na época em que eles e mais alguns amigos (cerca de 30 ao todo) invadiam as propriedades de um milionário em Athens, na Georgia, para nadarem pelados de madrugada. De acordo com o guitarrista Peter Buck “foi antes da AIDS e o que rolasse, rolou.”

 

Rancid
East Bay Night

Os integrantes do Rancid passaram suas infâncias na região de East Bay, em San Francisco, Califórnia. A música retrata uma típica divertida noite de seus cotidianos, acompanhada de arranjos que lembram também o som da banda anterior de alguns integrantes, a Operation vy.

https://www.youtube.com/watch?list=SRrancid%20east%20bay%20night&v=X_7AEqGWm5U

 

Kasabian
Let’s Roll Just Like We Used To

De acordo com o guitarrista Serge Pizzorno, a música fala de duas crianças em um terreno baldio, olhando para o horizonte. Essas duas crianças seriam ele e o vocalista Tom Meighan, que passavam seus dias assim em uma fazenda, fumando maconha e procurando por aliens no céu.

 

Pink Floyd
Goodbye Blue Sky

Que a obra The Wall descreve a vida de Roger Waters de uma forma ou de outra, todo mundo já sabe, mas essa faixa em especial, segundo o próprio artista, representa a sua infância, o fim dela e a mensagem: “prepare-se para o resto de sua vida” – a julgar pelo clima do álbum, o que vem por aí não é muito agradável…

 

Pearl Jam
Nothing As It Seems

A música foi escrita pelo baixista da banda, Jeff Amett. Em uma entrevista, ele explica que trata-se de uma reflexão a respeito de sua infância em uma área rural ao norte de Montana, quando ele tinha total liberdade para andar de bicicleta e correr sem que os pais se preocupassem, mas agora, na idade adulta, várias lembranças “sinistras” dessa infância vieram à tona, que ele só pôde compreender quando adquiriu maturidade para compreender o que havia acontecido. Nada é o que parece…

https://www.youtube.com/watch?list=SRpearl%20jam%20nothing%20as%20it%20seems&v=NYmkJXIdLvg

 

Goo Goo Dolls
What A Scene

O vocalista da banda, John Rzeznik, perdeu seus pais quando ainda era muito jovem e foi criado pelas quatro irmãs mais velhas. Um dos primeiros grandes sucessos do grupo foi a canção Name que fala justamente sobre isso. What A Scene aborda o mesmo tema de uma ótica diferente: é uma espécie de mensagem para crianças/ adolescentes que passaram pela mesma experiência que John

 

Alice in Chains
Angry Chair
Apesar de a letra fazer referências ao filme O Iluminado, o vocalista Layne Staley já disse em entrevista que a música tratava-se, na verdade, de como o seu pai o tratava quando se metia em encrenca quando criança: ele o colocava sentado em uma cadeira de frente para um espelho, deixando-o lá, esperando pelo castigo, aflito…

https://www.youtube.com/watch?list=SRalice%20in%20chains%20angry%20chair&v=Cg4dkiKTVMg

 

Pantera
Becoming

A música retrata a infância do vocalista Phil Anselmo, descrevendo o abuso e a negligência que sofreu de seu pai durante esse tempo.

 

Creedence Clearwater Revival
Born on the Bayou

Ao contrário do que se possa parecer ao ler a letra, o vocalista John Fogerty, que escreveu a música, não nasceu e viveu em um “bayou” (região pantanosa muito comum no sul dos EUA). Ele pesquisou sobre o local em enciclopédias e começou a fantasiar como seria uma infância por lá. A primeira vez que ele esteve pessoalmente em um bayou foi na companhia do cantor John Fred, nativo da Louisiana, que o levou até lá quando o Creedence estava fazendo um show na região. Eles dirigiram por 15 minutos, chegaram em Bayou Forche e comeram caranguejos e lagostas, quando Fogerty teve a ideia para a canção.