O Livro dos Mortos do Rock

Cobain, Hendrix, Presley, Garcia, Lennon, Joplin, Morrison. Esses sete icônicos astros do rock têm mais em comum do que terem mudado os rumos da cultura mundial para sempre: longe dos holofotes, eram pessoas problemáticas, com infâncias marcadas por acontecimentos trágicos e péssimas relações com os pais (quando tinham), resultando em pessoas que não souberam amar aqueles que se aproximaram deles, buscando (conscientemente ou não) a morte enquanto se afundavam em vários aspectos.

Você acha que eu fui impiedoso no parágrafo acima? Então prepare-se para boas doses de realidade nua e crua sobre as vidas d’ “Os Sete Imortais” em O Livro dos Mortos do Rock, do escritor David Comfort. Clique aqui para ler a introdução em pdf.

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O livro conta, de forma resumida, a vida de sete dos maiores astros do rock de todos os tempos, focando na forma como eles “flertavam” com a morte através de comportamentos homicidas, violentos ou simplesmente autodestrutivos e o jeito deturpado de como eles lidavam consigo mesmos e com o mundo até, finalmente, descrever (com detalhes) a forma como eles deixaram esse mundo.

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David não tem pena em jogar no ventilador todos os podres e intimidades doentias desses astros do rock que o mundo está acostumado a idolatrar – curiosamente, essa idolatria dos fãs de suas épocas foi um dos grandes motivos que os levaram ao desgaste mental e físico, recorrendo ao uso (e abuso) de drogas, às relações de amizade e amorosas autodestrutivas e a comportamentos instáveis.

Ler este livro é como abrir sete caixas de Pandora que revelarão lados desses artistas que os fãs só ouviam falar a respeito. Esse lado negro sempre nos foi vendido com uma áurea romantizada de rebeldia, contracultura, “abaixo o sistema”, luta pela sua individualidade… deixo aqui um aviso: essa máscara vai cair. Vocês conhecerão as frágeis pessoas por trás dessas idealizações e não vão gostar nada do que encontrarão aqui.

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Através de uma extensa pesquisa com inúmeras fontes que variam de biografias autorizadas e não autorizadas, entrevistas e matérias diversas com e sobre cada um dos sete, David traçou paralelos entre eles onde podia se enxergar um quase padrão de como eles pensavam e viviam a respeito de assuntos como o orfanato, a loucura, espiritualidade, amor, drogas, a morte e a vida.

Em suma, O Livro dos Mortos do Rock não é um artefato de coleção do seu artista favorito para colocar no altar, junto com toda a coleção de discos, revistas e vídeos sobre ele, e ficar venerando. Trata-se de um documento que destrói essa visão de ídolo que você pode ter desses sete músicos, trazendo-os para o mesmo nível que todos nós, revelando quão quebradiços eram seus espíritos, provando que não precisamos (e não devemos) juntar, em nossas mentes, as pessoas e suas obras. Podemos admirar as canções e álbuns sem, necessariamente, admirar seus porta-vozes e, principalmente, sem querer ser como eles pois, depois dessa leitura, você descobrirá que eles não queriam ser como foram…

O Livro dos Mortos do Rock
David Comfort
Editora Aleph
2010

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