Gone Is Gone faz um mais-do-mesmo de boa qualidade em “Echolocation”

Depois de fazer barulho no ano passado com o lançamento de seu EP de estreia, o Gone Is Gone abre o ano de 2017 com aquele que é considerado seu primeiro álbum, Echolocation.

Em julho de 2016, Tony Hajjar (baterista do At the Drive-In), Troy Sanders (baixo e voz do Mastodon), Troy van Leeuwen (guitarrista do Queens of the Stone Age) e o DJ Mike Zarin fizeram sucesso antes mesmo do lançamento de suas músicas pelo simples fato de serem músicos já consagrados trabalhando juntos e, com o EP autointitulado, provaram que possuem química. Com Echolocation, eles foram além: o álbum mostra os músicos mais integrados, misturados em suas influências e colaborações, o que é ótimo, pois não parece mais que estamos ouvindo uma “super banda” com membros de outros grupos em uma mesma música, mas um grupo bem coeso, que definiu bem o seu direcionamento e sabe para onde está indo.

Mas qual é o resultado desse Gone Is Gone mais maduro e preparado para lançar seu primeiro álbum oficial? A resposta é a mesma para o EP de estreia dos caras: é legal, bem produzido, cheio de ambientações, mas não passa disso. Os trabalhos são abertos com a melancólica Sentient, que demora para engatar, mas revela-se uma bela e pesada canção lenta – você sente que a banda chegou mesmo na segunda faixa, Gift. É ela quem dá o tom da maior parte da bolacha, empolgando em alguns momentos.

O resto do disco lembra um pouco os primeiros trabalhos do Tool, mostrando que o Gone Is Gone é contemporâneo desse som: ao mesmo tempo pesado, dark e psicodélico como uma viagem violenta de ácido. Isso pode ser sentido no baixo marcante de Resurge, na balada Dublin (que mais parece um tema de filme de terror) ou na levada de Colourfade. A “bad trip” fica mais intensa com sons mais agitados como Ornament, a ruidosa Pawns (que tem um início que parece o de uma música do Queens of the Stone Age) e a pesada Fast Awakening.

 

Echolocation é um álbum divertido, pesado, que entretém, mas não é marcante, definindo o Gone Is Gone como uma banda legal, mas que, se não fosse o fato de ser composta por músicos já conhecidos de outras bandas, teria menos fãs do que tem. Mesmo assim, vale a pena acompanhar o que o quarteto continuará fazendo, pois eles não são ruins – pelo contrário: temos excelentes músicas nesses dois trabalhos, mas eles não vão tocar repetidamente em seu aparelho de som.

 

Gone Is Gone
Echolocation
Gravadora/ selo: Rise Records
2017
Nota: 6