Record Store Day: a hora e a vez das lojas independentes

Enquanto isso, no Brasil

Mesmo que uma ou outra loja independente brasileira tenha participado da ação no ano passado, parece que o Record Store Day ainda passa desapercebido por aqui. Em 2011, três lojas manifestaram interesse em participar do movimento planejando lançamentos, eventos ou simplesmente tentando conscientizar seus clientes/ frequentadores. É o caso do selo Monstro Discos, que planejou criar um vale-desconto para que os fãs possam comprar qualquer título de seu site com preço reduzido. “Vamos disponibilizar o vale no twitter @monstrodiscos e no nosso portal. Vai ser algo que só as mães fazem pros filhos”, afirma o diretor de comunicação da Monstro Discos, Leonardo Razuk, 38 anos. “A gente gostaria de ter um título específico pro dia, um lançamento exclusivo, mas problemas internos não permitiram que a gente planejasse e executasse isso com antecedência.”

A Monstro Discos, localizada em uma sala comercial dentro de um shopping de Goiânia que não deu certo, não possui loja própria, mas vende para lojas independentes e pela Internet os discos de artistas de todos os estilos dentro do que entendem por rock. “De banda mais intimistas, como Barfly ou Violins até Ratos de Porão”, fala Razuk, que ainda acredita no formato físico. “Já tivemos casos de bandas de nosso cast que não queriam lançar o disco físico, mas nós os convencemos a isso. Mesmo que venda pouco, achamos legal. Somos de uma geração de LPs, compactos e, depois, CDs. Gostamos de colecionar, juntar entulho em casa, deixar nossas mulheres loucas… Eu compro discos até hoje e o Leo Bigode e o Márcio Jr. (sócios de Razuk no selo) também. Nada mais natural do que participar deste dia que busca valorizar as lojas de discos. Você pode baixar música e curtir seu iPod, mas isso não significa que os discos tenham de acabar. É possível a existência dos dois formatos. Então, salvem os discos!”

Quem também levanta a bandeira a favor dos discos é o fotógrafo e professor Bruno da Silva Donegá, de 20 anos. Desde os 14, ele frequenta lojas de São Paulo como a Sampa Discos, Baratos e Afins e as da Galeria do Rock, levando de um a cinco títulos para casa por mês. “Eu acho que as lojas independentes não são um simples espaço de compra: são locais de troca de influências, de contatos, até diria um centro cultural. Uma referência cultural numa cidade.”

Mesmo nunca tendo ouvido falar do Record Store Day, Bruno lamenta que tem percebido a diminuição do movimento nas lojas independentes. “Eu percebo que os fãs de vinil sempre vão a essas lojas, mas essas pessoas que vão por curiosidade, essas sim andam sumindo cada vez mais e indo para a internet.”

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