Record Store Day: a hora e a vez das lojas independentes

Enquanto isso, no Brasil (parte 2)

Rogério Cazzetta, de 45 anos, era um dos muitos brasileiros que também não tinha conhecimento do Record Store Day, até ler sobre o movimento no blog do jornalista e fotógrafo Mauricio Valladares, o Ronca Ronca. Duas semanas antes da data do evento, ele inscreveu a sua loja, a Toca do Disco, de Porto Alegre, para participar, mesmo sem ter preparado nada especial pelo pouco tempo que teve. “Acho que nós, lojistas de discos, precisamos acreditar mais neste tipo de promoção e divulgar mais entre os clientes e admiradores deste tipo de comércio.”

Rogério administra sua Toca há 22 anos, sempre primando pelo trabalho alternativo como apoio a bandas locais, patrocínios de show e uma grande variedade de LPs, CDs e DVDs de Rock , Blues, Jazz e musica Brasileira de boa qualidade. Nesse tempo, já viu várias lojas fecharem por causa do impacto da Internet, mas, nos dias de hoje, ele testemunha, ao lado de seu filho Raffael, que o público está voltando. “A Internet afetou, mas não nos liquidou. Pode ter uma queda momentânea, mas o público sempre volta e às vezes com mais força do que antes. Para aqueles que acreditam que ter uma loja de disco não se resume somente ao lucro que poderemos ter, e sim a um ideal de vida, a coisa pode ir muito longe ainda.”

O administrador de sistemas Helisandro Luiz Krepel Pereira, de 26 anos, faz parte deste novo público que visita as lojas de discos. Desde 2000 ele pode ser encontrado nas lojas de rock da cidade de Ponta Grossa, como a Brutal Heavy Metal Store, e hoje em dia, em lojas de Curitiba, onde mora atualmente, como a Classic Laser. “De tanto frequentar a Brutal Heavy Metal Store, acabei trabalhando lá por um ano, que foi uma fase muito bacana da minha vida. Claro que boa parte do salário ia para a compra de CDs da própria loja”, conta.

Helisandro ainda gosta de colecionar CDs – compra cerca de três por mês. Ele encara o ato como uma forma de agradecer aos artistas e bandas que admira pelo trabalho oferecido. “Essas lojas proporcionam mais do que somente o produto em si: é também a oportunidade de conhecer pessoas que possuem os mesmos gostos que o seu, poder discutir os assuntos, como o novo álbum de tal banda, novos sons que estão surgindo… É uma forma de se socializar com pessoas que gostam de música.”

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *